10. O Deus da ordem e da justiça

O Deus da ordem e da justiça | Série: Jesus e os dez mandamentos

Publicado em 20/09/2022 às 00h50

Não furtarás. (Êxodo 20:15).

Introdução | O ser humano em geral tem o desejo de possuir e controlar coisas. Ele deseja, por exemplo, adquirir um imóvel e poder usá-lo, alugá-lo, vendê-lo, doá-lo ou trocá-lo. Essa liberdade com os bens é conhecida como direito de propriedade. Numa sociedade onde não há proteção jurídica e legal sobre a propriedade, prevalece o conflito, o caos e a violência. Um sentimento permanente de medo, insegurança e injustiça. Por isso, Deus estabelece uma ordem e nos alerta para jamais a violarmos (Dt 16:18-20). Roubar inclui todo tipo de desonestidade que visa tomar do outro aquilo que lhe pertence. Você já foi roubado? O que sentiu? 

Nada trouxemos e nada levaremos |  Roubar é não confiar na provisão de Deus para a sua vida. É interferir na provisão de Deus para a vida do outro. É tentar tomar à força aquilo que Deus não lhe deu. Por isso, mesmo sem entender os planos de Deus, sem compreender, por que alguns são ricos e outros pobres, devemos reconhecer que “Toda a terra é do Senhor, e Ele põe o mundo em ordem” (1Sm 2:8b). Tudo que há no mundo pertence a Deus (Sl 24:1). Somos peregrinos nesta Terra, nossos dias são como uma sombra (1Cr.29:15; Sl 102:11). Você já duvidou da provisão de Deus?

Jesus e Zaqueu | Quando Jesus passava por Jericó, decidiu se hospedar na casa de Zaqueu, o chefe dos coletores de impostos (Lc.19:1-6). Ele era uma espécie de arrendatário de Roma que ficava com o excedente dos tributos. Todavia, a ganância pelos lucros o levou a cobrar impostos pesados demais. Assim, ele era considerado traidor e ladrão, inimigo do povo, por quem era odiado (v.7). Zaqueu enriqueceu por meios fraudulentos, era o líder desse esquema de corrupção que oprimia e empobrecia o povo. Todavia, a despeito de sua posição, e de toda censura, Jesus entrou em sua casa. Zaqueu foi inundado de grande arrependimento e decidiu abandonar seu pecado, decidiu doar metade de seus bens aos pobres e restituir quatro vezes mais aqueles a quem prejudicou (v.8). De usurpador a doador, Jesus transformou o seu caráter. Agora não é mais a cobiça que rege a sua vida. Houve salvação em sua casa, Jesus mudou o seu coração e sua vida (v.9-10).

Jesus e Judas | Em contraste a Zaqueu, Judas Iscariotes foi chamado por Jesus, conviveu com ele, mas era um ladrão hipócrita que se fingia de generoso (Jo.12:6). Por amor ao dinheiro traiu o próprio Cristo e seu fim foi triste (Mt.27:5). Misericórdia! Como podemos estar tão perto e tão longe ao mesmo tempo (Mt.7:21-23)! Que a trapaça, a fraude, o engano, o enriquecimento ilícito, a pirataria, a corrupção, a sonegação, enfim, que a ganância não no seduza. Porque aqueles que amam as riquezas deste mundo, logo começam a fazer coisas erradas para adquiri-las e se tornam pessoas más e dignas de condenação. O amor a estas coisas são o primeiro passo em direção a todos os tipos de roubo (1Tm 6:7-10).

Conclusão | Ore pedindo a Deus que a honestidade e a generosidade inundem a sua vida. Que você possa viver de forma a respeitar a ordem e a justiça estabelecida por Deus no trabalho honesto e no respeito a propriedade alheia. Que seus tesouros estejam nos céus, onde jamais serão destruídos e ninguém poderá roubá-los (Mt.6:19).

Leitura complementar:

O trabalho | Jesus era carpinteiro, Paulo era fabricante de tendas, Pedro era pescador. O trabalho é digno porque faz parte da providência divina, da realização plena do homem, do seu meio de sobrevivência (Gn.1:28; 2:15; Dt 24:6). O povo da aliança é orientado a trabalhar para obter recursos para o sustento próprio e para ajudar o necessitado (Ef.4:28). Ao invés de ser preguiçoso, e malfeitor, ele deve ser trabalhador e benfeitor. É geralmente através do labor que podemos adquirir bens. Por isso, ao estabelecer o direito de propriedade, Deus está buscando fazer justiça, à medida que protege aquilo que adquiridos honestamente. Por isso, não queira nada que seja de origem duvidosa ou desonesta. Deus honra o justo (Sl.37:25). Você empregador, trate seus funcionários com justiça e igualdade (Cl 4:1). “O trabalhador é digno do seu salário” (1Tm 5:18b). Vocês funcionários, trabalhem com sinceridade, mesmo na ausência do chefe, a fim de agradar não a homens, mas a Deus (Cl 3:22-23). Que por causa do trabalho não venhamos a negligenciar nossa comunhão com a família, com a igreja e com Deus (1Tm 5:8; Mt 6:24). O trabalho é limitado pela ordem do descanso e vice-versa (Ex.20:8-11).
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