03. Introdução às bem-aventuranças – o destinatário
Série - A busca da felicidade em Cristo
1. TEMPO DE ORAR | 5 min
2. TEMPO DE CANTAR | 5 min
3. TEMPO DA PALAVRA | 30 min
(Mateus 5:3-16, Hebreus 4:12)
Introdução | O que motivou aquelas pessoas a ouvirem Jesus? Quais eram seus anseios, dilemas e dores? O mestre está tratando o caráter de seus ouvintes e consequentemente a forma como eles devem se relacionar com Deus, consigo mesmo e com o seu igual. Ele nos mostra as reais consequências de nossas escolhas num mundo rodeado de possibilidades e incertezas. Ele quer nos ajudar a superar as nossas crises mais profundas:
A crise existencial, um ser entre a fé e a razão | A relação com o desconhecido, com o espiritual, com o divino, ou sua negação, é o primeiro grande dilema que enfrentamos. De onde eu vim? Quem sou eu? Para onde vou? Deus existe? A felicidade se inicia na busca por um propósito de vida, algo que nos motive a viver. Nessa área vivemos o conflito entre o natural e o sobrenatural, entre o finito e o eterno. Teremos que priorizar um dos dois caminhos. Assim, alguns concentram suas vidas nas experiências espirituais e outros no conhecimento humano. Todos vivemos este dilema. Abraão, por exemplo, não confiou na promessa de Deus que teria um filho com Sara em sua velhice (Gn 15:4-6), e então tem um filho com a jovem escrava egípcia Hagar. Assim, prevaleceu a razão (Gn 16:2-3). Todavia, este é o mesmo Abraão que não pestanejou quando Deus pediu o seu filho Isaque em sacrifício (Gn 22:9). Desta forma, o homem pode se reconhecer limitado, frágil, fraco, apenas uma pequena criatura diante do imenso universo, apenas um sopro (Sl 39:4-5), que logo voltará ao pó (Gn 3:19). Mas, também pode agir com soberba, sendo o seu próprio “deus”, sem perceber a sua real condição (Ap 3:17, Lc 12:20).
A crise moral, um ser entre a virtude e o prazer | A relação consigo mesmo está ligada ao autoconhecimento, a autoaceitação, a uma busca por entender suas qualidades e defeitos, suas possibilidades e limites. Quando temos uma missão, percebemos que fora dela, existem coisas interessantes, atraentes, prazerosas, mas que elas atrasam nossa caminhada, nos deixando infelizes. Como não me desviar do caminho? Será que sou capaz de fazer as escolhas certas? Uma luta entre o certo e o errado, entre o que é moral e imoral. Assim, para aqueles que buscam um caráter aprovado, sua felicidade está em controlar sua vontade, os seus desejos, dominar suas paixões etc. Contudo, é justamente aqui que o homem encontra o seu maior inimigo: a sua própria natureza. Um ser livre, consciente, capaz de fazer escolhas (Js 24:15), mas que encontra na sua própria vontade o seu maior engano (Jr 17:9). Um ser dividido entre quem ele é e quem gostaria de ser, entre suas convicções e suas reais atitudes. Davi viveu essa crise. Ele lutou contra o gigante filisteu Golias para defender a honra de seu Deus e de seu povo (1Sml 17:37). Todavia, é o mesmo que se deixou vencer pelo prazer carnal, e cometeu adultério com a mulher de seu amigo e servo Urias e depois mandou matá-lo (2Sm 11:4,15). O herói e o vilão no mesmo ser, em constante conflito (Gl 5:17).
A crise relacional, um ser entre o individual e o coletivo | Na sua busca pela felicidade o homem se depara com o seu semelhante. Preciso do outro para ser feliz? Posso ser feliz entre infelizes? Um ser dividido entre a autossuficiência e a interdependência. Entre servir e ser servido, entre dar e receber. Moisés viveu este dilema. A princípio ele se sentiu inseguro e não estava disposto a assumir a missão de libertar seu povo da escravidão no Egito. Apesar de Deus estar com ele, mesmo assim, ele desejou que enviasse outro em seu lugar (Êx 4:13). Porém, ele vence o seu medo, renuncia a todas as regalias do Egito e luta pela libertação do seu povo (Hb 11:24-25). É bem verdade que, apesar de sua doação, Moisés viveu lutas difíceis. Isso porque os relacionamentos são imprevisíveis! Sabemos que eles precisam ser baseados no olhar coletivo, no respeito às diferenças e na tolerância, mas sabemos também que são deles que surgem as feridas mais profundas. Deveríamos amar uns aos outros, mas prevalece a maldade, o sofrimento, a dor e a injustiça que causamos uns aos outros. Um ser que tem medo da solidão, que deseja ser amado, valorizado, mas que, por vezes, acaba vivendo relacionamentos superficiais, baseados no distanciamento e na indiferença.
4. TEMPO DE COMPARTILHAR E ORAR | É o coração deste homem que Jesus deseja alcançar! É essa condição do homem que enche o coração de Jesus de grande compaixão. Ele, viveu nossas dores, por isso, é capaz de “compadecer-se das nossas fraquezas” (Hb 4:15-16). Ele conhece melhor que ninguém as misérias que afligem a nossa alma. Jesus é a misericórdia do aflito (Mt 11:28).
Esquema complementar:
A misericórdia de Deus por nós:
Apesar da misericórdia de Deus, o pecado ainda provoca grandes estragos nas nossas relações: