04. Bem-aventurados os humildes de espírito

Série - A busca da felicidade em Cristo

Publicado em 12/04/2022 às 10h30

1. TEMPO DE ORAR | 5 min
2. TEMPO DE CANTAR | 5 min
3. TEMPO DA PALAVRA | 30 min

"Bem-aventurados os pobres de espírito..." (Mateus 5:3).

Introdução | Esta primeira bem-aventurança nos chama a refletir: Quem eu sou diante de Deus? A forma como você se relaciona com Deus definirá a sua relação consigo mesmo e com o outro. Sua resposta vai revelar a medida da sua fé. Pois “sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que Ele existe...” (Hb 11:6). E, mesmo sem vê-Lo (Hb 11:1), crê que Ele “é o único Senhor” (Mc 12:29). Quanto mais fé, mais humildes de espírito seremos.

Um ser cheio de si | Jesus está falando para os inflados de arrogância e de soberba. Para aqueles que enchem o peito e dizem: ”Eu não preciso de nada e de ninguém”. “Eu sou o meu deus”. Jesus deseja mudar o coração desse homem e é como se ele dissesse: “Se esvazie de tudo aquilo que você se encheu nas filosofias, nas falsas experiências religiosas, se esvazie de suas próprias convicções, de suas verdades, enfim, se esvazie deste “espírito” de homem, se esvazie de si mesmo, seja humilde, porque eu vou te fazer nascer de novo cheio de um novo Espírito”. Quando estamos cheios de nós mesmos não sobra espaço para Deus. Precisamos primeiramente ser "esvaziados". A palavra grega utilizada no texto para "pobres" é "ptochos". Ela faz referência a uma pobreza extrema, a mendicância, uma pessoa impotente, necessitada em todos os sentidos. Ela indica um esvaziamento, um empobrecimento. Jesus está começando o seu sermão e é como se dissesse: "Eis o monte que você precisa escalar. E a primeira coisa que você precisa entender é que você não pode escalá-lo sozinho". Qualquer tentativa nesta direção apenas prova que você não compreendeu o que é confiar em Deus.

A soberba da vida | Para o homem natural, a humildade aqui descrita é algo que ele despreza. O mundo acredita que a pessoa que deseja vencer na vida, precisa saber mais, ser mais, se impor. Suas receitas para o sucesso são baseadas na autossuficiência, em sua própria força. Desejam dominar, ostentar, ser aplaudido, uma sede insaciável por poder, por seguidores, por ser “deus” de outros homens. É nisso que ele acredita. São altivos, colocam suas esperanças nas riquezas (1Tm 6:17). Paulo os pergunta: “Que é que vocês têm que Deus não lhes tenha dado?” (1 Co 4:7). Um homem que não tem consciência de suas limitações, que não percebe que está exposto a uma vida que é difícil, dura, curta, incerta e cruel. “Não reconhece, porém, que é miserável” (Ap 3:17). 

A criatura de mãos vazias diante do Criador | Ser pobre de espírito é se reconhecer limitado, frágil, fraco, apenas uma pequena criatura diante do Criador. Um sopro (Sl 39:4-5), que logo voltará ao pó (Gn 3:19). Não é um elogio a pobreza. Não é uma questão de aparência! Não é baixa autoestima! Pelo contrário, o “pobre de espírito” ao invés de se achar sem valor, se descobre filho, “imagem e semelhança” do Pai. Ao descobrir quem é Deus, ele tem sua identidade restaurada, não é mais órfão espiritual. Porém, isso não produz arrogância, mas gratidão. O pobre de espírito é aquele que reconhece que “nada traz em suas mãos”. Reconhece que os tesouros terrenos não têm valor nos céus. Sabe que não depende de sua origem, de sua família, de sua posição social, de sua nacionalidade, de seus talentos, de seus recursos, de seu saber, enfim, reconhece que nada tem, e olha para Deus em total submissão, dependendo inteiramente de Sua misericórdia e de Sua graça. "Nada trago em minhas mãos, só na Tua cruz me agarro. Vazio, desamparado, nu e vil. Tudo que eu preciso encontro em Ti". Ele é contrito e humilde de espírito! Homens como Gideão (Jz 6:15), como Moisés (Êx 3:11), como Davi (1Cr 17:16), como Isaías (Is 6:5), como Pedro (Lc 5:8) e como Paulo (Rm 7:24). Homens que se consideraram os menores, incapazes, indignos, impuros, pecadores e miseráveis diante de Deus. Estamos diante do Criador do Universo. Por isso, diante de Sua glória, em Sua presença, nossa atitude deve ser de insignificância e debilidade, conscientes de nossa posição de criatura. 

Eu quero ser humilde, como Jesus | Ele é nosso maior exemplo. Embora Deus, viveu aqui conosco como mero homem, humilhou-se a si mesmo, e foi obediente até a morte, “e morte de cruz” (Fp 2:5-8). Uma completa ausência de orgulho pessoal, de vaidade, de autodependência, de autoconfiança, de autopromoção.

4. TEMPO DE COMPARTILHAR E ORAR | Ore pedindo que o Deus soberano que criou, sustenta e governa todas as coisas seja real em sua vida. Que o seu coração esteja pronto a reconhecê-Lo e recebê-Lo. Apenas assim encontrará paz, quando encontrar o caminho de volta para Ele. Ele é o nosso propósito e o nosso destino. 

Esquema complementar:

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